sábado, 12 de novembro de 2011

Delicado

Eu sinto um peso sobre os ombros
Meu coração se pendura em fios gastos
Até a alma me percebo em escombros
Tudo isto não deveria ser falado

Talvez teu rosto seja minha bússola
As sutis variações orientação espontânea
Algo que possa guiar minha conduta
Bem como a leve brisa litorânea

Mas como carregar algo tão delicado?
Você não é um objeto oxidando
Como conhecer o que julgarás pecado
Além do terrível pecando?

E quando enterrares teus sorrisos
Por debaixo de um rosto amargo
Eu cegarei do que preciso
Secarei desamparado

Não existirá mais nenhum caminho
Nem indícios envoltos de sorrisos
Um pássaro banido do ninho
Se perdendo na chuva indeciso

Fiz com que teu rosto vertesse lágrimas
Fizeste-me sentir o peito abrasado
Mesmo com tamanha dor desamparada
Teu rosto continua delicado

Assopre meu caminho novamente
Para teus braços abertos em campos de vento
Assopre as dores do meu passado demente
Um beijo doído sem sabor de lamento

Me faça amar e ser amado
Todos meus vidros estão quebrados
Sempre que se voltar para o céu abrilhantado
Saiba que eu chorei cada estrela
Pelo teu rosto
Delicado

Autoria de Tiago André Vargas
Foto encontrada aqui.

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